quinta-feira, 11 de março de 2010

A Menina que Roubava Livros: Alguns Comentários

Olá!

Estou te escrevendo para agradecer pela “A Menina Que Roubava Livros”. Alguns livros nos atraem pela capa e outros pela fama, porém esse me atraiu pelo título. Existem tantas coisas a serem roubadas, por que alguém roubaria livros? A história é triste, é melancólica e me impressionou pelo fato de ser pouco comercial. Porém, me encantou pela profundidade e, simultaneamente, sutileza dos temas. Um livro que fala do poder que as palavras têm. Elas são capazes de promover as mais espantosas “coisas” nesse mundo, sejam elas boas ou ruins... Terminei de ler ontem e confesso que chorei no final... Aprendi muito com a história. Ganhar livro é sempre muito bom. É uma chance de crescer embrulhada num papel de presente. Obrigado!

Antônio.


Foi assim que eu agradeci pelo livro que ganhei de amigo oculto no final do ano passado. Decidi esperar a chuva de sensações que senti ao terminá-lo passar para falar um pouco sobre ele. Diversas histórias fabulosas sobre o período nazista estão disponíveis na literatura, como o livro (e filme) Olga, o filme “A Vida é Bela”, entre outros. Porém, o livro do autor Marcus Zusaki merece ter alguns pontos ressaltados.

Pouquíssimas vezes imaginamos como foi aquele período para os próprios alemães. Muitas vezes nos colocamos no lugar dos judeus, dos ciganos e de tantas outras etnias que sofreram durante o período. Nesse ponto achei fabulosa a perspectiva de Zusaki. Através da protagonista Liesel Meminger, ele mostra um pouco do sofrimento dos próprios alemães em virtude do período Hitlerista. Particularmente fiquei apaixonado por Liesel e confesso que ao final do livro me deu uma leve vontade de conhecê-la...

O enredo (romance) tem como narrador-onisciente a morte, que conta de forma sarcástica um conjunto de acontecimentos que circundam a vida de Liesel. Essa perspectiva também é fantástica, pois mostra como seria a morte frente um ser responsável pelos “trametes” necessários após o fim... Entre outros fatos, esta descreve a sua trabalhosa rotina junto aos tantos meios escusos de “condenação” e execução do período nazista. Porém, acho que todos os outros pontos abordados na história são secundários quando comparados à mensagem passada em relação ao poder das palavras. É comum vermos em textos históricos a capacidade de persuasão que Hitler tinha frente a seus “governados” e como suas palavras levaram alguns alemães a cometer certas atitudes... Liesel era uma menina doce e perspicaz que desfrutava de forma não estereotipada do amor pelas palavras e tinha uma singular noção de seu poder, mesmo que de forma intuitiva. Como descrito no e-mail acima, me ponho a pensar: com tantas coisas a serem roubadas, o que levaria alguém a roubar livros? E ainda mais, só os que iria ler? Em algumas situações os ganhados não são lidos! Um bom livro! Recomendo!

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