domingo, 21 de março de 2010

Enriquecimento Ilícito (Parte II)

Ainda me lembro como se fosse ontem... A faculdade passou tão rápido! Também mal tinha tempo para respirar. Era o trabalho de dia, os estudos de noite e aos fins de semana a Mariela. Bem! Essa era a melhor parte. Aquele sotaque argentino me pegou de jeito. Imaginem o que algumas palavras em portunhol, com hálito de menta e álcool, de madrugada são capazes de fazer... Não tinha um real no bolso, mas aquela roupa de missa me rendeu bons frutos naquela noite.

Confesso que algumas vezes, quando ia vê-la no fim de semana, pegava no sono sentado, de cansaço. Porém, só o fato de estar ali do seu lado já era o suficiente. Geralmente o sofá era palco das nossas comédias e arena das nossas batalhas da semana que havia passado, além de ouvinte árduo dos nossos planos. Nunca sonhamos em ter muita coisa material, mas lembro-me sempre dela dizer que adoraria ter um sítio. Aquele arzinho delicado nunca me convenceu muito disso e eu brincava que ela não levava o menor jeito para morar no “mato”. Ríamos bastante! Ela sempre fora muito divertida. Infelizmente fora!

Sabe quando se tem a sensação de que não depende de você? Sentia-me assim. Às vezes achava que de alguma forma tínhamos sido escolhidos para ficarmos juntos...

Quando a minha mãe a conheceu, era evidente a felicidade em seus olhos. Ficou impressionada com a sua beleza! Mariela tinha então 21 anos, os cabelos negros, longos, lisos e compridos. O corpo era coberto por uma pele lisa e sedosa como a de um figo, porém com a cor marrom suave de grãos de café que esperam ansiosamente pela colheita. Nós três conversamos muito naquela tarde de domingo...

Foi um abalo para a família dela quando ela decidiu ficar no Brasil. Pareciam não acreditar! Eu também não acreditaria se fosse minha filha, mas o destino nos reserva grandes surpresas e já tive muitas ocasiões nas quais eu pude impressionar positivamente os pais dela, apesar da palavra positivamente estar sujeita a diferentes interpretações...

Obs.: Correções e sugestões de português para antonio.ufjf@gmail.com rsrs

3 comentários:

  1. Queremos a parte 3 agora, mestre!!!
    AMP!

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  2. Muito bom o texto Antônio! Espero pela parte III

    LUCAS

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  3. Juninho, só agora tive um "tempinho" para ler seu texto. Não desfazendo do seu belo trabalho e também não por ter realizado muitas coisas realmente úteis que tomaram meu precioso tempo, mas sim por um daqueles motivos que nos fazem perder muito tempo pensando no que tem para ser feito e pouco tempo o fazendo. Enfim, sobre o texto, pude perceber com clareza o seu envolvimento através da colocação das palavras mais clara e sabiamente que na parte I. Passou um filme na cabeça....Parabéns eu adorei....

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